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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O SELO E O PENHOR DO ESPÍRITO SANTO

Envelope com um sinete e cera vermelha




O SELO E O PENHOR DO ESPÍRITO SANTO


(O texto abaixo é de autoria do reverendo Billy Gharam)


Um missionário inglês morreu na Índia no começo deste século. Assim que ele estava morto, seus vizinhos arrombaram sua casa e começaram a levar tudo que era dele. O cônsul inglês foi comunicado, e como não havia fechadura na porta da casa do missionário, ele colou sobre ela uma grande falha de papel, que carimbou com a selo, o lacre da Inglaterra. Os saqueadores não se arriscaram a quebrar o lacre, porque a nação mais poderosa do mundo o garantia.


O selo do Espírito Santo é um de uma série de acontecimentos simultâneos ao nosso arrependimento e recebimento do Senhor como Salvador, sem nós o percebermos. Em primeiro lugar, é claro, Deus nos regenerou e justificou. Em segundo lugar, o Espírito nos batizou no corpo de Cristo. Em terceiro lugar, o Espírito imediatamente se instalou nos nossos corações. Neste e nos próximos capítulos enfocaremos outras coisas que acompanham nossa salvação, além da Sua atuação contínua em nós.


O Selo


O quarto acontecimento a Bíblia chama de "Selo". Esta palavra traduz um termo grego que quer dizer confirmar ou imprimir. Três vezes a palavra é usada no Novo Testamento em relação aos crentes. É também mencionada na vida de Jesus. João diz: "Neste (Jesus), Deus, o Pai, imprimiu o seu selo" (João 6:27, IBB). Aqui vemos que o Pai selou o Filho.


No momento da conversão os crentes são selados com o Espírito para o dia da redenção: "Tendo nele (no evangelho) também crido, fostes selados com o santo Espírito da promessa" (Efés. 1:13; cf. 4:30).


Parece-me que Paulo tinha duas idéias em mente quando fala de nós sermos Selados com o Espírito Santo. Uma é segurança, a outra propriedade. Ser Selado, no sentido de segurança, é ilustrado no Antigo Testamento, quando o rei Dario colocou Daniel na cova dos leões, pôs uma pedra sobre a entrada e a lacrou com seu selo (Dan. 6:17) para que Daniel não saísse. Nos tempos antigos, como por exemplo no tempo da rainha Ester (Ester 8:8), os reis também costumavam colocar com um anel sua marca ou selo em cartas e documentos escritos em seu nome. Depois de feito isto, ninguém podia reverter o que estava escrito ou dar ordens em contrário.


Pilatos fez a mesma coisa quando deu ordens aos soldados para guardarem o túmulo de Jesus. Ele disse aos sacerdotes: "Aí tendes uma escolta; ide e guardai o sepulcro como bem vos parecer. Indo eles, montaram guarda ao sepulcro, selando a pedra e deixando ali a escolta" (Mat. 27:65, 66). A palavra "selo" usada nesta passagem é a mesma, no grego, usada em passagens que falam do selo do Espírito Santo.


A. T. Robertson diz que o selo na pedra do sepulcro era "provavelmente uma corda presa sobre a pedra e lacrada em cada ponta à rocha da caverna, como em Daniel 6:17. Isto foi feito na presença da guarda romana, encarregada de proteger esta marca de autoridade e poder de Roma".1 Quando o Espírito Santo nos sela ou põe em nós Sua marca, nós estamos seguros em Cristo de uma maneira muito mais significativa.


Um dos pensamentos mais eletrizantes que já passou por minha mente foi a consciência de que o Espírito Santo me selou. E ele selou você também – se você for um crente.


Nada pode tocar em você. "Porque estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Rom. 8:38, 39).


Mas este selo do Espírito significa mais que segurança, Significa também propriedade. Lemos no Antigo Testamento que Jeremias comprou uma propriedade, pagou por ela diante de testemunhas e selou o documento de acordo com a Lei e os costumes (Jer. 32:10). Agora ele era o proprietário.


A alusão ao selo como prova de compra deve ter sido especialmente significativa para os efésios. Éfeso era um porto marítimo, e havia intenso comércio de madeira com os portos vizinhas. O método usado na compra era este: o mercador, depois de escolher a madeira, carimbava-a com seu anel, seu sinete – uma prova reconhecida de propriedade. No tempo devido, o mercador enviava um encarregado de confiança, com o sinete; este localizava todos os troncos que tinham a mesma marca e os levava.


Matthew Henry resume a idéia assim: "Os crentes são selados por Ele (o Espírito Santo), ou seja, separados para Deus, colocados à parte, distinguidos com a Sua marca, pois pertencem a Ele."2


Você e eu somos propriedade de Deus para Sempre!


O Penhor


Quando confiamos em Cristo, Deus não nos dá o Espírito somente como selo. Ele é também o penhor (algumas traduções trazem "garantia") de acordo com passagens como 2 Cor. 1:22 e Efésios 1:14.


"Porque é o Próprio Deus que nos dá a certeza, com vocês, de nossa vida em Cristo. E foi Deus quem nos separou para si mesmo. Como dono, pôs sua marca (selo) em nós, e colocou o Espírito Santo em nossos corações como garantia de tudo o que ele tem para nós" (2 Cor. 1:21, 22).


Nos tempos do apóstolo Paulo os comerciantes usavam penhores com três finalidades: como pagamento adiantado, "entrada" que fechava um negócio; representava um compromisso de pagamento, e era uma amostra do que haveria de vir.


Imagine que você esteja querendo comprar um carro. O penhor seria a entrada que você paga, fechando o negócio. Representaria também o compromisso de pagar o carro. E seria urna amostra do que seguiria – as parcelas restantes do dinheiro. De maneira semelhante o Espírito Santo é o penhor de que Deus nos comprou, a garantia. Sua presença mostra o compromisso que Deus assumiu de nos redimir completamente. Talvez o melhor de tudo, a presença do Espírito Santo, vivendo em união conosco, nos dá um gosto antecipado, uma amostra de nossa herança, da nossa vida futura na presença de Deus.


Em Números 13, quando os espias de Israel partiram para olhar a terra de Canaã, era a época das primeiras uvas maduras. "Vieram até ao vale de Escol, e dali cortaram um ramo de vide com um cacho de uvas" (Núm. 13:23). Este eles levaram consigo para mostrar ao povo de Israel. O cacho de uvas era o penhor da sua herança. Era um pequeno antegosto do que os esperava na Terra Prometida. Era a garantia de Deus de que se eles marchassem adiante em fé, receberiam completamente o que agora tinham só em parte.


Recentemente uma das maiores lojas de mantimentos de Nova Iorque expôs um cesto de belíssimas uvas na vitrine. Sobre o cesto havia um cartaz: "Esperamos para os próximos dias um caminhão de uvas como estas." As uvas eram um "penhor" do que haveria de vir. As primícias, comparadas com a colheita toda, são somente um punhado; assim, concluindo do conhecido para o desconhecido, perguntamos com o poeta :


"O que Tua presença há de ser,

Seja na terra um tal prazer

Coroa a vida em Ti?"


O Novo Testamento fala três vezes do penhor do Espírito:


1) "(Deus) também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nossos corações" (2 Cor. 1:22). A presença do Espírito em nossa vida é a garantia de que Deus vai cumprir Sua promessa.


2) "Ora, foi o próprio Deus quem nos preparou para isto, outorgando-nos o penhor do Espírito" (2 Cor. 5:5). Aqui o contexto dá a idéia de que o Espírito em nós é a garantia de que Deus nos dará corpos espirituais quando Jesus vier.


3) "(O Espírito Santo) é o penhor da nossa herança até ao resgate da Sua propriedade, em louvor da Sua glória" (Efés. 1:14). Nesta passagem o Espírito é a prova de que Deus garante a nossa herança até que o futuro traga a redenção total dos que são propriedade de Deus.


Em resumo, podemos dizer que quando somos batizados no corpo de Cristo, o Espírito entra em nossas vidas e nos sela através da Sua presença. Ele é a garantia de Deus, dando-nos certeza de que nossa herança virá.


A conclusão sobre este assunto nos é fornecida por Matthew Henry: "A garantia (esta é a palavra usada pelo Novo Testamento na Linguagem de Hoje para penhor) é parte de pagamento, que assegura o pagamento integral. A mesma coisa acontece com o dom do Espírito Santo; toda a sua influência e atuação, santificando e confortando, tem sua origem no céu e é glória em semente e botão. A iluminação do Espírito é garantia (penhor) de luz eterna; a santificação é garantia de santidade perfeita; Seu conforto é garantia de alegrias eternas. Ele é a garantia até a redenção da propriedade que foi comprada. Já podemos falar de propriedade, porque a garantia dá tanta certeza aos herdeiros como se já a tivessem; foi comprada para eles pelo sangue de Cristo. Fala-se de redenção, de resgate, porque ela foi confiscada e hipotecada pelo pecado; Cristo a devolve a nós. É resgate em alusão à lei da redenção."3


1. A. T. Robertson, Word Pictures in the New Testament. Vol. 1 (Nashville: Broadman Press, 1930), p. 239.

2. Mathew Henry, Commentary on the Whole Bible, Vol. 6 (Old Tappan, N. J.: Fleming H. Revell Co.), p. 688s.

3. Ibid.


GRAHAM, Billy. O Espírito Santo. Vida Nova, São Paulo, SP. 1983.



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