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sábado, 17 de outubro de 2009

ALARME FALSO


O texto abaixo é de autoria do escritor norueguês Jostein Gaarder (autor de O Mundo de Sofia). A obra data de 1986, ou seja, quando o mundo (a Europa especialmente) respirava o clima de insegurança gerado pela Guerra Fria. Tal insegurança e medo, em que os europeus mais especificamente viviam, podem ser sentidos na ficção abaixo.


ALARME FALSO

O relógio marcava cinco e treze. E ela estranhou não estar sentindo o menor sinal de medo.
O alarme antiaéreo das sirenes era absolutamente real. Ela podia ouvi-lo agora por toda a cidade. Mas o relógio marcava cinco e treze. E ela tinha lido o jornal nesse dia. Portanto, não podia ser um exercício.

Com certeza, era um alarme falso. Uma falha técnica. Um acidente.
Mesmo assim... Ela largou o pano de prato e foi até a janela. Na rua, tudo parecia normal. Os automóveis deslizavam de volta para casa no asfalto molhado. Diante do varal de roupas, alguns meninos jogavam futebol. A senhora Henriksen cambaleava com o peso das sacolas de compras em direção ao portão de entrada. Mais adiante dava para ver também Kristin e John. Logo os dois entrariam em casa espalhando sujeira e areia por todos os lados.
Aquele ruído infernal não queria parar. Os breves toques da sirene a arrepiavam até a medula. E as pessoas que desciam dos ônibus não apresentavam claros sinais de nervosismo? De pânico? Ela ouviu seus filhos subindo a escada.
Segundos apenas. Tudo o que é importante acontece no espaço de poucos segundos.
Toca a campainha. Ela corre para a porta, e as crianças entram esbaforidas.
— Que buzina é essa, mamãe?
De repente, ela ouve um ruído estridente no ar. Ela corre outra vez até a janela. E vê ao longe o cogumelo venenoso que sobe ao céu.
— Guerra! — exclama.
Ela agarra as crianças, uma em cada mão, e se precipita para o corredor.
Desce as escadas em direção ao abrigo antiaéreo no subsolo. Passam-se um ou dois minutos. Todos os moradores do edifício já estão lá. Onde está Jens?, ela pensa. Será que está no carro vindo para casa? Ou ainda estará no escritório?

O vizinho trouxe um rádio: “...repetimos: eclodiu uma guerra nuclear entre a Otan e os países do Pacto de Varsóvia. Por favor, dirijam-se imediatamente aos abrigos. Kolsäs foi atingida há alguns minutos por uma bomba atômica. Foram mortos milhares de nossos compatriotas. Médicos, enfermeiras e militantes da defesa civil devem permanecer na escuta. O mesmo vale para militares da ativa e cidadãos alistados no serviço militar. Em poucos minutos, transmitiremos o pronunciamento da primeira-ministra...”.
Ela abraça seus filhos e chora.
Ela sempre temeu esses segundos. Quantas vezes já não havia sonhado com eles? À noite acordava gritando de pavor.
Mas isso não era um sonho nem um pesadelo. Era aqui e agora.

Sua vida. Que importância ainda tinha agora? Nesse momento sua vida era um sonho e todo o resto, a realidade. Ela fora inserida nessa vida, nesse tempo. Agora tudo chorava ao seu redor: mulheres e crianças deitadas no chão de cimento choravam. Homens também. O zelador do primeiro andar. Ele também soluçava no seu canto.

Segundos.

Depois uma explosão medonha. Uma luz azulada invade o local. Depois dela uma onda de calor tropical. Os olhos começam a derreter.

Ela reza. Pela primeira vez em quinze anos.

— Meu bom Deus — ela reza. — Faça com que isso seja um sonho! Eu tenho errado tanto. Faça com que isso seja um sonho, meu bom Deus. Apenas você pode. Me dê mais uma chance de evitar isso tudo!

Então ela abre os olhos. Ela é atendida. Ela terá sua chance.
Dessa vez, ela não gritou. Ao seu lado, a cama está vazia. Então Jens entra e lhe acaricia os cabelos.

— Acordada, querida? Preciso ir agora. Volto lá pelas cinco, cinco e meia. Como sempre.


(GAARDER, Jostein. O Pássaro Raro. São Paulo, SP, Cia das Letras, 2002.)


Uma palavra pra você:
E você, amigo leitor, saiba que sua vida não é eterna, e que um dia você seguirá o caminho de todos os mortais – a morte.
Se você estivesse numa situação muito perigosa, perto da morte, certamente prometeria até o que não pode cumprir a fim de se ver livre, e pensaria nas coisas que deveria ter feito e não fez, e nas que fez e não deveria ter feito! Esta reflexão vem para te acordar e dizer: hei você ainda está bem, ainda não é o fim, viva o dia de hoje como se fosse o seu último, ame as pessoas que te cercam, faça o bem, busque a Deus de todo o seu coração e seja feliz!

O passado já não existe mais,
o futuro ainda vai nascer,

mas o presente está acontecendo agora!


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