História e Bíblia

UMA PONTE PARA O CONHECIMENTO

Translate

Total de visualizações de página

SEJA UM SEGUIDOR


Olá, seja bem vindo ao blog HISTÓRIA E BÍBLIA! Gostária de convidá-lo a
ser um seguidor. Basta clicar em seguir ao lado e seguir as orientações.
terça-feira, 7 de setembro de 2010

Trata-se de um negócio de Deus


Trata-se de um negócio de Deus


DOCUMENTO


Discurso do papa Urbano II convocando os cristãos a participarem das Cruzadas.

“Após ter prometido a Deus manter a paz em suas terras e ajudar fielmente a igreja a conservar seus direitos, vocês poderão ser recompensados empregando sua coragem noutro empreendimento.

Trata-se de um negócio de Deus. É preciso que sem demora vocês partam em socorro de seus irmãos no Oriente (...). A todos que partirem e morrendo no caminho, em terra ou mar, ou perderem a vida combatendo os pagãos, será concedida a remissão dos pecados (...) que sejam doravante cavaleiros de Cristo (...).”


Para refletir


O MERCADO DA FÉ EVANGÉLICO




Entre os séculos XI e XIII a Igreja Católica (em conjunto de nobres europeus) empreendeu oito Cruzadas, isto é, expedições militares que partiam do Ocidente (Europa) rumo à região da Palestina, buscando libertar as regiões sagradas (especialmente Jerusalém) do domínio mulçumano.

Para conquistar os fiéis, o papa Urbano II, fez o discurso que está acima.

Os cristãos deveriam deixar casa, bens e familiares para traz e partirem para uma causa que, segundo o papa, lhes traria o favor de Deus. Os obedientes ao chamado, mesmo que morressem, teriam o perdão dos pecados. Apesar dos sacrifícios serem grandes (muitos morriam no caminho, outros ficavam prisioneiros dos mulçumanos), a ordem deveria ser cumprida, pois “Trata-se de um negócio de Deus”.

Claro que essas idéias medievais já têm cerca de 1000 (mil) anos, e o papa João Paulo II no ano 2000 pediu perdão pelas Cruzadas. Porém, a idéia de conquistar o público fiel, alegando que “trata-se de um negócio de Deus”, é a moda (já antiga) de grande parte do círculo (ou seria circo?!) evangélico (especialmente o neopentecostal e midiático televisivo).

Basta ligar a televisão para o espectador ficar confuso com “tantos negócios de Deus”. Em um programa alguém pede pra enviar uma “semente” de 610,00 reais, já em outro um apóstolo prega que “o negócio de Deus” é uma garrafa de água ungida de 100,00 reais, ai em outro canal existe uma fogueira que é santa. E todos afirmam que o que fazem é um negócio de Deus. Os fanáticos e aqueles que não têm senso crítico, mas que são levados por todo vento de doutrina, não enxergam tamanha mentira que é feita usando o nome de Deus, e o verdadeiro negócio é humano e nada tem de evangelho.


Já foi se o tempo em que um verdadeiro líder da Igreja diria que o negócio de Deus é:


“vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me.” (Lucas 18.22)


Ou...


“pregai, dizendo: É chegado o Reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.” (Mateus 10.7 e 8)


Ou ainda, que alguém, assim como Pedro fez diante daquela que quis por dinheiro conseguir algo de Deus diga:


“Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro”. (Atos 8.20)


Pedro não caiu na tentação de usar o nome de Deus para fazer seus próprios negócios, pois ele mesmo aprendera com Jesus que, o que de Graça recebemos de Graça deverá ser dado.


Por isso este mesmo Pedro, não precisando de garrafas ungidas, fogueiras santas, ou de sementes de dinheiro, disse a certo paralítico que estava na porta do Templo:


“Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.” (Atos 3.6).


Hoje, de acordo com os negociadores da fé, o paralítico deveria enviar para uma conta corrente a quantia de $$, mas como ele era mendigo, provavelmente continuaria sem atenção e socorro.


Já o Simão da história der Atos 8 (aquele que queria comprar o dom de Deus) este seria bem aceito, seria um Gideão da fé, um semeador abençoado que crê nos profetas de Deus e por isso prosperaria (depois do profeta, claro)

Infelizmente para o Simão, o apóstolo Pedro não era um negociador, só um doador da graça de Deus.


E...


Infelizmente para nós, hoje existem mais negociadores de Deus do que doadores do amor de Cristo!


Com Cristo,

Em Cristo e

Para Cristo.


(Alexandre L.M Brandão)








0 comentários: