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terça-feira, 14 de setembro de 2010

PERDÃO NAS PERSEGUIÇÕES - LUIZ XIV


PERDÃO NAS PERSEGUIÇÕES - LUIZ XIV



Entre os quinhentos mil huguenotes exilados na Holanda pela persegui­ção de Luiz XIV, encontrava-se Sawin, um grande pregador. Em um de seus sermões da série publicada em seis volumes, referiu-se ele ao seu perseguidor nos seguintes termos, que bem revelam a nobreza do cristianismo:

DOCUMENTO

"E tu, terrível príncipe, que uma vez honrei como meu rei e que ainda respeito como azorrague nas mãos do Todo-Poderoso Deus, tu terás uma par­te nos meus melhores votos! Estas províncias que tu ameaças, mas que o bra­ço de Deus protege; este país, que encheste de refugiados, mas fugitivos ani­mados pelo amor; estas paredes, que contêm mil mártires feitos por ti, mas aos quais a religião torna vitoriosos; todos estes ainda ressoam bênçãos em teu favor. Permita Deus que a venda fatal, que esconde de teus olhos a verda­de, possa cair. Que Deus esqueça os rios de sangue com que inundaste a ter­ra, os quais o teu reino fez que fossem derramados. Que Deus apague do seu Livro as injúrias que nos fizeste e, enquanto recompensa os sofredores, que perdoe aqueles que nos causaram tanto sofrimento. O Deus que te fez um mi­nistro dos seus juízos para nós e para toda a Igreja faça-te um despenseiro dos seus favores, e um administrador da sua Graça."


Natanael de Barros Almeida. Coletânea de Ilustrações para Pregadores. Edições Vida Nova.


***


Nas perseguições religiosas do século XVII – XVIII, os cristãos franceses conseguiram por em prática o Evangelho que diz:


“Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem;

para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.

Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo?

E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo?” (Mateus 5. 44 - 47)


Será que hoje nós temos feito o mesmo?


Será que no lugar de agirmos como Cristo, que no Calvário perdoava os seus agressores, não temos nós, antes, de acordo com a maldita Teologia da Prosperidade, invocado e despertado rancor, ira e maldições contra os nossos adversários reivindicando textos (fora do contexto) que dizem que nossos inimigos fugirão de nós feridos por sete caminhos diferentes?!


Falta-nos a vida conforme o evangelho que fluía em Estevão:


“E, lançando-o fora da cidade, o apedrejaram. As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo.

E apedrejavam Estêvão, que invocava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito!

Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu.” (Atos 7. 58 – 60)


Alexandre L M Brandão

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