História e Bíblia

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domingo, 28 de março de 2010

Análise Médica da Morte de Jesus.




Análise Médica da Morte de Jesus.

Relato aqui a descrição das dores de Jesus feita por um grande estudioso francês, o médico Dr. Barbet : dando a possibilidade de compreender realmente as dores de Jesus durante a sua paixão. "Eu sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei a fundo anatomia. Posso portanto escrever sem presunção."

Jesus entrou em agonia no Getsemani - escreve o evangelista Lucas - orava mais intensamente. "E seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra". O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas . E o faz com a precisão dum clínico. O suar sangue, ou "hematidrose", é um fenômeno raríssimo. Se produz em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande

medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.

Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos.

Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.

Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que aqueles da acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo).

Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, o entrega para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa uns cinqüenta quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário.

Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas. O percurso, é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso.

Sobre o Calvário tem início a crucificação. Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la é atroz. Alguma vez vocês tiraram uma atadura de gaze de uma grande chaga? Não sofreram vocês mesmos esta experiência, que muitas vezes precisa de anestesia? Podem agora vos dar conta do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao levarem a túnica, se laceram asterminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento.

Como aquela dor atroz não provoca uma síncope?

O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pé e pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos; horrível suplício! Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), o apóiam sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. No mesmo instante o seu pólice, com um movimento violento se posicionou opostamente na palma da mão; o nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se, como uma língua de fogo, pelos ombros, lhe atingindo o cérebro. Uma dor mais insuportável que um homem possa provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos. De sólido provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus não. Pelo menos se o nervo tivesse sido cortado!

Ao contrário (constata-se experimentalmente com freqüência) o nervo foi destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas.

O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; conseqüentemente fazendo-o tombar para trás, o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical. Os ombros da vítima esfregaram dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos o laceraram o crânio. A pobre cabeça de Jesus inclinou-se para frente, uma vez que a espessura do capacete o impedia de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudíssimas.

Pregam-lhe os pés. Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. As feições são impressas, o vulto é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos se curvam. Se diria um ferido atingido de tétano, presa de uma horrível crise que não se pode descrever. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianítico.

Jesus atingido pela asfixia, sufoca. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita. Que dores atrozes devem ter martelado o seu crânio!

Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus tomou um ponto de apoio sobre o prego dos pés.

Esforçando-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração se torna mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial.

Porque este esforço? Porque Jesus quer falar: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem".

Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés, inimaginável!

Enxames de moscas, grandes moscas verdes e azuis, zunem ao redor do seu corpo; irritam sobre o seu rosto, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura se abaixa.

Logo serão três da tarde. Jesus luta sempre: de vez em quando se eleve para respirar. A asfixia periódica do infeliz que está destroçado. Uma torturaque dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancaram um lamento: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?". Jesus grita: "Tudo está consumado!". Em seguida num grande brado disse: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". E morre.


O BATISMO DE "SANGUE" DOS APÓSTOLOS

Simão Pedro: segundo a tradição foi crucificado de cabeça para baixo; André: segundo a tradição crucificado numa cruz em "X", que a partir daí levou o nome de "cruz de Santo André"; Tiago, irmão de João: decapitado (At 12:2); Tiago: segundo a tradição crucificado no Egito; Judas Tadeu: segundo a tradição martirizado na Pérsia; Felipe: segundo a tradição morreu na Frígia; Bartolomeu: segundo a tradição morreu esfolado; Mateus Levi: segundo a tradição martirizado na Etiópia; Tomé Dídimo: segundo a tradição transpassado por flechas; Simão Zelote: crucificado; Judas Iscariotes: suicidou-se após trair o seu Mestre (Mt 27:50); João: segundo a tradição o único a morrer por morte natural depois de tentarem matá-lo mergulhando-o em óleo fervente; "Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a vida pelos irmãos" I Jo 3:16.

E nós reclamamos de um arranhão ou de uma batida no dedinho do pé!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Sonhos impossíveis.




Sonhos impossíveis.
Ricardo Gondim.

Quero ladrilhar a rua da minha amada com brilhantes;
fazer o relógio caminhar lento;
voltar e conversar com o papai;
retornar ao primário e ter aulas de português com mais poesia;
almoçar em câmara lenta;
visitar a Patagônia argentina, os Fiordes noruegueses, o Outback australiano, as Montanhas do Tibet, as Savanas africanas, as Vindimas francesas, o Pantanal matogrossense – tantos lugares, meu Deus!;
ouvir as histórias da carochinha da vovó;
aceitar as insônias;
aprender tudo sobre música clássica, principalmente Bach;
passar um dia com o Nelson Mandela antes de sua partida;
entardecer num dia frio e cinzento lendo bons livros e colocar o pensamento lá não sei aonde;
desacelerar para meditar;
ver o imperceptível, tocar o intangível, ouvir o inaudível, perceber o imperceptível.

Soli Deo Gloria.

http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=68&sg=0&form_search=&pg=2&id=1865

Poema do pastor Ricardo Gondim, visite o site: http://www.ricardogondim.com.br/

***

Ouça Reflexões com Pr. Ricardo Gondim

Em São Paulo, de segunda à sexta:
As 17hs na Rádio Musical FM 105,7.
E das 23 às 00hs na rádio Objetiva Sat FM 93.3.

Em fortaleza, de segunda à sexta:
De 12h00 às 13h00, FM Apostólica 96,5.



terça-feira, 16 de março de 2010

Todos em guerra contra Gaia


Abaixo temos uma excelente reflexão sobre a atual situação humana e do nosso planeta. Em nossos dias, cada vez percebemos mais e mais, que não há como lutar pela vida humana sem lutar em conjunto pela vida do nosso planeta. A missão de todo aquele que se denomina filho de Deus é pelo bem da criação de Deus. Mas geralmente pensamos apenas nos homens e nos esquecemos do lugar que Deus fez para o homem.



Todos em guerra contra Gaia.

Leonardo Boff
Teólogo

O cataclismo econômico-financeiro, fruto de avidez e de mentiras, esconde um via-sacra de sofrimento para milhões de pessoas que perderam suas economias, suas casas e seus postos de trabalho. Quem fala deles? Os verdadeiros culpados se reúnem mais para salvaguardar ou corrigir o sistema que lhes garante hegemonia sobre os demais atores do que para encontrar caminhos com características de racionalidade, cooperação e compaixão para com as vitimas e para com toda a humanidade.

Esta crise traz à luz outras crises que, quais espadas de Dâmocles, estão pesando sobre a cabeça de todos: a climática, a energética, a alimentaria e outras. Todas elas remetem para a crise do paradigma dominante. A situação de caos generalizado suscita questões metafísicas sobre o sentido do ser humano no conjunto dos seres em evolução. Neste momento silenciam os pós-modernos com o seu every thing goes. Queiram eles ou não, há coisas que têm que valer, há sentidos que devem ser preservados, caso contrario nos enchafurdamos no mais reles cinismo, expressão de profundo desprezo pela vida.

Já há tempos que pensadores como Teilhard de Chardin ou René Girard notaram certo excesso de maldade no caminho da evolução consciente. Cito um pensamento de Girard, estudioso da violência, quando esteve entre nós em 1990 dialogando com teólogos da libertação: “Tudo parece provar que as forças geradoras da violência neste mundo, por razões misteriosas que eu tento compreender, num certo nível são mais poderosas que a harmonia e a unidade. Este é o aspecto sempre presente do pecado original, enquanto, para além de qualquer concepção mítica, representa um nome para a violência na história”. Não há por que rejeitar este sombrio veredicto. Somente o pensamento da esperança contra toda a esperança, da compaixão e da utopia nos oferece com um pouco de luz.

Mesmo assim, há que conviver com a sombra de que somos seres com imensa capacidade de auto-destruição, até o último homem. Há anos uma pesquisa alemã sobre as guerras na história da humanidade, citada por Michel Serres em seu último livro Guerre mondiale (2008), chegava aos seguintes dados: de três mil anos antes de nossa era até o presente momento, três bilhões e oitocentos milhões de seres humanos teriam sido chacinados, muitos deles em guerras de total extermínio. Só no século XX foram mortas duzentos milhões de pessoas. Como não se questionar, honestamente, sobre a natureza deste ser complexo, contraditório, anjo bom e satã da Terra que é o ser humano?

Hoje vivemos uma situação absolutamente inédita. É a guerra coletiva contra Gaia. Até a introdução da guerra total por Hitler (totaler Krieg), as guerras possuíam seu ritual: eram entre exércitos. Depois passaram a ser entre nações e entre povos: era a guerra de todos contra todos. Hoje ela se radicalizou: é a guerra de todos contra o mundo, contra o planeta Gaia (bellum omnium contra Terram). Pois é isso que está implicado em nosso paradigma civilizacional que se propôs explorar e sugar, com violência tecnológica, a totalidade dos recursos do planeta Terra. Com efeito, atacamos a Terra em todas as suas frentes, nos solos, nos subsolos, nos ares, nas florestas, nas águas, nos oceanos, no espaço exterior. Qual é o canto da Terra que não seja objeto
de conquista e de dominação por parte do ser humano?

Há feridas e sangue por todas as partes, sangue e feridas de nossa Mãe Terra. Ela geme e se contorce nos terremotos, nos tsunamis, nos ciclones, nas enchentes devastadoras em Santa Catarina e nas secas terrificantes do Nordeste. São sinais que ela nos está enviando. Cabe interpretá-los e mudar a nossa conduta. Esta guerra não será ganha por nós. Gaia é paciente e com capacidade imensa de agüente. Como fez com tantas outras espécies no passado, oxalá não decida livrar-se da nossa, nas próximas gerações.

Não nos basta o sonho do filósofo Kant da paz perpétua entre todos os povos. Precisamos com urgência fazer um pacto de paz perene de todos com a Terra. Já a atormentamos demasiadamente. Importa pensar-lhe as feridas e cuidar de sua saúde. Só então Terra e Humanidade teremos um destino minimamente garantido.




Fonte: site http://www.cesep.org.br/ -
(http://www.cesep.org.br/Todos%20em%20guerra%20contra%20Gaia%20Leonardo%20Boff%2026.pdf).

domingo, 14 de março de 2010

QUANDO A IGREJA NÃO É “IGREJA”...


QUANDO A IGREJA NÃO É “IGREJA”...


(Reflexão do pastor Caio Fabio)


Igreja tem que ser coisa de gente de Deus, de gente livre, de gente sem medo, de gente que anda e vive, que deixa viver..., que crê sempre no amor de Deus...; e, sobretudo, é algo para gente que confia..., que entrega..., que não deseja controlar nada...; e que sabe que não sabe, mas que sabe que Deus sabe...


Somente gente com esse espírito pode ser parte sadia de uma igreja local, por exemplo...


Entretanto, para que as pessoas sejam assim seus pastores precisam ser assim...


Se o pastor é assim..., tudo ficará assim...


Ou, então, o tal pastor não emprestará a sua vida para o que não seja vida, e, assim, bem-aventuradamente deixará tal lugar de prisão disfarçada de amor fraterno...


Em igreja há problemas... É claro... Afinal, tem gente...


Mas nenhum problema humano tem que ser um escândalo para a verdadeira igreja de gente boa de Deus.


Numa igreja de Deus ninguém tem que ser humilhado..., adúlteros não tem que ser “apresentados” ao público..., ladrões são ajudados a não mais roubarem..., corruptos são tratados como Jesus tratou a Zaqueu..., e hipócritas são igualmente tratados como Jesus tratou aos hipócritas...; ou seja: com silencio que passa..., mas, ao mesmo tempo, não abre espaço...


Na igreja de gente boa de Deus fica quem quer e até quando deseje... E quem não estiver contente não precisa ser taxado de rebelde e nem de insubordinado... Ele é livre para discordar e sair... Sair em paz. Sem maldições e sem ameaças; aliás, pode sair sem assunto mesmo...


Na verdadeira igreja não há auditores, há amigos.


Nela também toda angustia humana é tratada em sigilo e paz.


Igreja é um problema?...


Sinceramente não acho...


Pelo menos quando a igreja é assim, de gente, para gente, liderada por gente, com o propósito de fazer de toda gente um humano maduro — então, creia: não há problemas nunca, pois, os problemas em tal caso nada mais são do que situações normais da vida, como gripe, febre ou qualquer outra coisa, que só não dá em poste de ferro...


Tudo o que aqui digo decorre de minha experiência...


Não é teoria...


Pode ser assim em todo lugar...


Mas depende de quem seja o pastor...


E mais: se o povo já estiver viciado demais nem sempre tem jeito...


Entretanto, se alguém decide começar algo do zero, então, saiba: caso você seja gente boa de Deus, e que trate todos como gostaria de ser tratado..., não haverá nada que não seja normal, pois, até as maiores anormalidades são normais quando a mente do Evangelho em nós descomplicou a vida.


Pense nisso!...


Nele,

Caio

11 de setembro de 2009

Lago Norte

Brasília

DF


Reflexão do pastor Caio Fabio (http://www.caiofabio.net/2009/conteudo.asp?codigo=05264)


Visite o site e se associe: http://www.caiofabio.net/2009/default.asp



quarta-feira, 10 de março de 2010

Opressões do capitalismo


Opressões do capitalismo

A lógica de mercado, de economia e de política atuante em nossos dias tem sido a que busca a todo custo o lucro. O dinheiro, a riqueza, ou seja, toda forma de bem físico e material tem sido o objetivo e a preocupação das grandes empresas e principais líderes mundiais. Não há importância ou preocupação com os meios que serão empregados para alcançar o que se deseja. Homens, mulheres e crianças serão exploradas de sua força de trabalho até a última gota e últimas conseqüências. Se eles serão privados de lazer, saúde, boa alimentação, educação e levadas à morte... isso pouco importa – o deus desses sistema é o dinheiro, o que Jesus denomina no sermão do monte de Mamon (Mateus 6. 24).

Tudo é transformado e aproveitado comercialmente. E como já dissemos acima “até a última gota”. Abaixo temos a reportagem de Renato Ribeiro, do site globoesporte. com, onde lemos que até mesmo um evento que representa o lazer, o esporte e até mesmo a confraternização de nações de diferes situações socioeconômica, é transformada em uma fonte de lucro bestial. Quantas pessoas conseguem perceber que os delicados e fofinhos bichinhos de pelúcia são fabricados a custo da exploração de crianças e adolescentes, que deveriam estar brincando e estudando, enquanto um grupo fechado de empresários se deleitam com os lucros advindos dessa oportunidade.

É claro que por traz desses grandes eventos sempre operou e opera a lógica do capitalismo. Mas isso é o que todos vêem. O que quase não enxergamos são situações como a descrita abaixo, ou seja, a do ser humano que é privado de sua dignidade e vida para o enriquecimento de uma minoria.

Enquanto muitas crianças estarão na copa do mundo rindo e se divertindo, estas pobres crianças chinesas não estarão achando tão divertido o mesmo momento.

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” (Mateus 6.24)

(a matéria abaixo é do site da http://globoesporte.globo.com/ esporte, autoria de Renato Ribeiro. Página Endereço http://colunas.globoesporte.com/vivaladuma/2010/03/10/zakumi-em-extincao/)

“Zakumi em extinção”

“O simpático leopardo (sim, juram que é um leopardo) mascote da Copa está envolvido num escândalo. Primeiro, ele não é sul-africano. O Zakumi de pelúcia é produzido na China. Onde a mão-de-obra é bem mais barata. O que já foi o suficiente para críticas por aqui. Afinal, por que não empregar anfitriões da copa fabricando o bichinho? Mas esta semana a barra pesou para Zakumi. Descobriu-se que a fábrica Shangai Fashion Plastic Products - onde o boneco é produzido – emprega adolescentes de 13 a 17 anos, com jornada de trabalho de 13 horas diárias. Salário: US$ 3 por dia (algo como R$ 5/dia ou R$ 100 por mês). A fábrica é a mesma que fez os mascotes das Olimpíadas de Pequim – Beibei, Jingjing, Huanhuan, Yingying e Nini. Diante da denúncia, a Fifa cancelou o contrato e até segunda ordem, Zakumi não será mais fabricado em Xangai. Ou seja, o leopardo da Copa está em extinção. Infelizmente, a lei do mercado chinês é um triste sucesso. Olhe para o que você está vestindo agora. Se tiver algo chinês certamente foi fabricado por alguém em péssimas condições de trabalho. Aliás, estou olhando aqui para a bola da Copa que tenho em casa – a Jabulani. Vou conferir, peraí…Opa! Made in China. Fiz minha contribuição para o sistema socialista-capitalista chinês. Mea culpa. Nossa culpa.”




sábado, 6 de março de 2010

Uma viagem para a igreja primitiva


Uma viagem para a igreja primitiva


O texto abaixo foi escrito por um dos maiores evangelistas missionários do século XX, T. L. Osborn.


SUPONHAMOS QUE FIZEMOS UMA VIAGEM


Você gostaria de visitar a Igreja Primitiva? (Neste sentindo eu me refiro à congregação ou grupo de crentes e o seu lugar de reunião).


Será que o programa deles de conquistar almas lhe interessaria?


Como você pensa que eles agiam?


Quem eram os pregadores? Quantos eram testemunhas?


Qual denominação era a maior — ou mais popular?


Qual é o seu conceito honesto da Igreja nos tempos do Novo Testamento?


Devíamos seguir o seu exemplo? Seria possível? Ou você pensa que os tempos mudaram demais?


Suponhamos que fizemos uma viagem de volta àquelas igrejas. Parando na igreja de Éfeso, imaginemos a conversa que poderíamos ter:


"Boa noite, Áqüila! Sabemos que é membro desta Igreja. Podemos visitá-la?


"Certamente, entrem".


'Se você não importar, gostaríamos que nos contasse sobre a maneira pela qual as igrejas aqui na Ásia Menor executam o seu programa de conquistar almas. Lemos que você foi um membro da igreja de Corinto e de Roma, como agora também aqui o é da de Éfeso. Portanto, você deveria estar bem qualificado para nos contar a respeito do evangelismo numa igreja do Novo Testamento. Se você não importar, gostaríamos também de visitar a igreja enquanto estamos aqui".


"Sentem-se. E quanto à isso, vocês já estão na igreja. Ela se congrega na minha casa".


"A igreja não possui um templo?"


"Que é um templo? Não, suponho que não temos".


"Diga-me, Áqüila, o que a sua igreja está fazendo para evangelizar Éfeso? O que vocês estão fazendo para alcançar a cidade com o Evangelho?"


"ó, já evangelizamos Éfeso. Cada pessoa na cidade compreende o Evangelho claramente".


"O que?!!"


"Sim... será isso fora do comum?"


"Mas como a igreja conseguiu isso? Vocês certamente não possuem rádios ou televisões. Vocês tiveram muitas campanhas evangelísticas?"


"Não. Como você provavelmente já ouviu falar, nós tentamos reuniões em massa nesta área, mas, quase todas as vezes íamos parar na cadeia!"


"Então como foi?"


"ó, vocês não sabem? Nós apenas visitamos cada casa na cidade. Foi dessa maneira que a igreja em Jerusalém evangelizou aquela cidade no início, Atos 5.42. Os discípulos evangelizaram a cidade inteira de Jerusalém num tempo muito curto. Todas as outras igrejas na Ásia Menor têm seguido o seu exemplo".


"Isso é eficiente em toda a parte?"


"É, sim. Existem tantos convertidos que alguns líderes de religiões pagãs temem a morte de suas próprias religiões. Quando o irmão Paulo deixou Éfeso pela última vez, ele nos aconselhou que continuássemos seguindo esse método", Atos 20.20.


"Áqüila, isso é espantoso! Pois, dessa maneira, nem podemos imaginar quantas pessoas irão ouvir o Evangelho e aceitá-lo".


"ó, vocês não sabem? Já levamos o Evangelho a cada pessoa na Ásia Menor — tanto a Judeus como a Gregos", Atos 19.10.


"Mas isso é impossível. Você não quer dizer a toda criatura!"


"Sim, a cada pessoa".


"Mas isso incluiria Damasco, Éfeso e dezenas de outras cidades grandes. E depois cidades

menores e vilas — e que tal as tribos nômades no deserto? Quanto tempo levou para as igrejas alcançarem toda essa gente?"


"Não muito — para ser exato, 24 meses', Atos 19:10.


"A mesma coisa está acontecendo no Norte da África e no Sul da Europa. O Evangelho já chegou a Espanha também. Ouvimos falar de uma terra chamada Inglaterra, e vários cristãos devem ter chegado lá. Esperamos ter cumprido a Grande Comissão de Jesus, ao findar o século".


"Áqüila, o que você está me contando é incrível. Vocês têm feito mais numa geração do que nós fizemos em mil anos".


"Isso é estranho. Tem sido até bem simples para nós. É difícil compreender como as coisas têm andado tão devagar para vocês. Talvez vocês estão operando duma maneira errada".


OSBORN, T.L. Conquistando Almas. Gospel Publishing House. O.S. Boyer, caixa postal 62. Pindamonhangaba - S. P



sexta-feira, 5 de março de 2010

Pacto de Lausanne



Em 1974, ocorreu, em Lausanne, na Suíça, o Congresso Internacional com a participação de líderes cristãos de cento e cinqüenta países. Dessa reunião, surgiu o pacto que disponibilizamos aqui, assinado por 2300 evangélicos; também foi dado início ao Lausanne Committee for World Evangelization (Comitê de Lausanne para a Evangelização Mundial).

PACTO DE LAUSANNE

Introdução

Nós, membros da Igreja de Jesus Cristo, procedentes de mais de 150 nações, participantes do Congresso Internacional de Evangelização Mundial, em Lausanne, louvamos a Deus por sua grande salvação, e regozijamo-nos com a comunhão que, por graça dele mesmo, podemos ter com ele e uns com os outros. Estamos profundamente tocados pelo que Deus vem fazendo em nossos dias, movidos ao arrependimento por nossos fracassos e dasafiados pela tarefa inacabada da evangelização. Acreditamos que o evangelho são as boas novas de Deus para todo o mundo, e por sua graça, decidimo-nos a obedecer ao mandamento de Cristo de proclamá-lo a toda a humanidade e fazer discípulos de todas as nações. Desejamos, portanto, reafirmar a nossa fé e a nossa resolução, e tornar público o nosso pacto.

1. O propósito de Deus

Afirmamos a nossa crença no único Deus eterno, Criador e Senhor do Mundo, Pai, Filho e Espírito Santo, que governa todas as coisas segundo o propósito da sua vontade. Ele tem chamado do mundo um povo para si, enviando-o novamente ao mundo como seus servos e testemunhas, para estender o seu reino, edificar o corpo de Cristo, e também para a glória do seu nome. Confessamos, envergonhados, que muitas vezes negamos o nosso chamado e falhamos em nossa missão, em razão de nos termos conformado ao mundo ou nos termos isolado demasiadamente. Contudo, regozijamo-nos com o fato de que, mesmo transportado em vasos de barro, o evangelho continua sendo um tesouro precioso. À tarefa de tornar esse tesouro conhecido, no poder do Espírito Santo, desejamos dedicar-nos novamente.

2. A autoridade e o poder da Bíblia

Afirmamos a inspiração divina, a veracidade e autoridade das Escrituras tanto do Velho como do Novo Testamento, em sua totalidade, como única Palavra de Deus escrita, sem erro em tudo o que ela afirma, e a única regra infalível de fé e prática. Também afirmamos o poder da Palavra de Deus para cumprir o seu propósito de salvação. A mensagem da Bíblia destina-se a toda a humanidade, pois a revelação de Deus em Cristo e na Escritura é imutável. Através dela o Espírito Santo fala ainda hoje. Ele ilumina as mentes do povo de Deus em toda cultura, de modo a perceberem a sua verdade, de maneira sempre nova, com os próprios olhos, e assim revela a toda a igreja uma porção cada vez maior da multiforme sabedoria de Deus.

3. A unicidade e a universalidade de Cristo

Afirmamos que há um só Salvador e um só evangelho, embora exista uma ampla variedade de maneiras de se realizar a obra de evangelização. Reconhecemos que todos os homens têm algum conhecimento de Deus através da revelação geral de Deus na natureza. Mas negamos que tal conhecimento possa salvar, pois os homens, por sua injustiça, suprimem a verdade. Também rejeitamos, como depreciativo de Cristo e do evangelho, todo e qualquer tipo de sincretismo ou de diálogo cujo pressuposto seja o de que Cristo fala igualmente através de todas as religiões e ideologias. Jesus Cristo, sendo ele próprio o único Deus-homem, que se deu uma só vez em resgate pelos pecadores, é o único mediador entre Deus e o homem. Não existe nenhum outro nome pelo qual importa que sejamos salvos. Todos os homens estão perecendo por causa do pecado, mas Deus ama todos os homens, desejando que nenhum pereça, mas que todos se arrependam. Entretanto, os que rejeitam Cristo repudiam o gozo da salvação e condenam-se à separação eterna de Deus. Proclamar Jesus como “o Salvador do mundo” não é afirmar que todos os homens, automaticamente, ou ao final de tudo, serão salvos; e muito menos que todas as religiões ofereçam salvação em Cristo. Trata-se antes de proclamar o amor de Deus por um mundo de pecadores e convidar todos os homens a se entregarem a ele como Salvador e Senhor no sincero compromisso pessoal de arrependimento e fé. Jesus Cristo foi exaltado sobre todo e qualquer nome. Anelamos pelo dia em que todo joelho se dobrará diante dele e toda língua o confessará como Senhor.

4. A natureza da evangelização

Evangelizar é difundir as boas novas de que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou segundo as Escrituras, e de que, como Senhor e Rei, ele agora oferece o perdão dos pecados e o dom libertador do Espírito a todos os que se arrependem e crêem. A nossa presença cristã no mundo é indispensável à evangelização, e o mesmo se dá com aquele tipo de diálogo cujo propósito é ouvir com sensibilidade, a fim de compreender. Mas a evangelização propriamente dita é a proclamação do Cristo bíblico e histórico como Salvador e Senhor, com o intuito de persuadir as pessoas a vir a ele pessoalmente e, assim, se reconciliarem com Deus. Ao fazermos o convite do evangelho, não temos o direito de esconder o custo do discipulado. Jesus ainda convida todos os que queiram segui-lo e negarem-se a si mesmos, tomarem a cruz e identificarem-se com a sua nova comunidade. Os resultados da evangelização incluem a obediência a Cristo, o ingresso em sua igreja e um serviço responsável no mundo.

5. A responsabilidade social cristã

Afirmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela conciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão. Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de termos algumas vezes considerado a evangelização e a atividade social mutuamente exclusivas. Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão. Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. Quando as pessoas recebem Cristo, nascem de novo em seu reino e devem procurar não só evidenciar mas também divulgar a retidão do reino em meio a um mundo injusto. A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta.

6. A Igreja e a evangelização

Afirmamos que Cristo envia o seu povo redimido ao mundo assim como o Pai o enviou, e que isso requer uma penetração de igual modo profunda e sacrificial. Precisamos deixar os nossos guetos eclesiásticos e penetrar na sociedade não-cristã. Na missão de serviço sacrificial da igreja a evangelização é primordial. A evangelização mundial requer que a igreja inteira leve o evangelho integral ao mundo todo. A igreja ocupa o ponto central do propósito divino para com o mundo, e é o agente que ele promoveu para difundir o evangelho. Mas uma igreja que pregue a Cruz deve, ela própria, ser marcada pela Cruz. Ela torna-se uma pedra de tropeço para a evangelização quando trai o evangelho ou quando lhe falta uma fé viva em Deus, um amor genuíno pelas pessoas, ou uma honestidade escrupulosa em todas as coisas, inclusive em promoção e finanças. A igreja é antes a comunidade do povo de Deus do que uma instituição, e não pode ser identificada com qualquer cultura em particular, nem com qualquer sistema social ou político, nem com ideologias humanas.

7. Cooperação na evangelização

Afirmamos que é propósito de Deus haver na igreja uma unidade visível de pensamento quanto à verdade. A evangelização também nos convoca à unidade, porque o ser um só corpo reforça o nosso testemunho, assim como a nossa desunião enfraquece o nosso evangelho de reconciliação. Reconhecemos, entretanto, que a unidade organizacional pode tomar muitas formas e não ativa necessariamente a evangelização. Contudo, nós, que partilhamos a mesma fé bíblica, devemos estar intimamente unidos na comunhão uns com os outros, nas obras e no testemunho. Confessamos que o nosso testemunho, algumas vezes, tem sido manchado por pecaminoso individualismo e desnecessária duplicação de esforço. Empenhamo-nos por encontrar uma unidade mais profunda na verdade, na adoração, na santidade e na missão. Instamos para que se apresse o desenvolvimento de uma cooperação regional e funcional para maior amplitude da missão da igreja, para o planejamento estratégico, para o encorajamento mútuo, e para o compartilhamento de recursos e de experiências.

8. Esforço conjugado de Igrejas na evangelização

Regozijamo-nos com o alvorecer de uma nova era missionária. O papel dominante das missões ocidentais está desaparecendo rapidamente. Deus está levantando das igrejas mais jovens um grande e novo recurso para a evangelização mundial, demonstrando assim que a responsabilidade de evangelizar pertence a todo o corpo de Cristo. Todas as igrejas, portando, devem perguntar a Deus, e a si próprias, o que deveriam estar fazendo tanto para alcançar suas próprias áreas como para enviar missionários a outras partes do mundo. Deve ser permanente o processo de reavaliação da nossa responsabilidade e atuação missionária. Assim, haverá um crescente esforço conjugado pelas igrejas, o que revelará com maior clareza o caráter universal da igreja de Cristo. Também agradecemos a Deus pela existência de instituições que laboram na tradução da Bíblia, na educação teológica, no uso dos meios de comunicação de massa, na literatura cristã, na evangelização, em missões, no avivamento de igrejas e em outros campos especializados. Elas também devem empenhar-se em constante auto-exame que as levem a uma avaliação correta de sua eficácia como parte da missão da igreja.

9. Urgência da tarefa evangelística

Mais de dois bilhões e setecentos milhões de pessoas, ou seja, mais de dois terços da humanidade, ainda estão por serem evangelizadas. Causa-nos vergonha ver tanta gente esquecida; continua sendo uma reprimenda para nós e para toda a igreja. Existe agora, entretanto, em muitas partes do mundo, uma receptividade sem precedentes ao Senhor Jesus Cristo. Estamos convencidos de que esta é a ocasião para que as igrejas e as instituições para-eclesiásticas orem com seriedade pela salvação dos não-alcançados e se lancem em novos esforços para realizarem a evangelização mundial. A redução de missionários estrangeiros e de dinheiro num país evangelizado algumas vezes talvez seja necessária para facilitar o crescimento da igreja nacional em autonomia, e para liberar recursos para áreas ainda não evangelizadas. Deve haver um fluxo cada vez mais livre de missionários entre os seis continentes num espírito de abnegação e prontidão em servir. O alvo deve ser o de conseguir por todos os meios possíveis e no menor espaço de tempo, que toda pessoa tenha a oportunidade de ouvir, de compreender e de receber as boas novas. Não podemos esperar atingir esse alvo sem sacrifício. Todos nós estamos chocados com a pobreza de milhões de pessoas, e conturbados pelas injustiças que a provocam. Aqueles dentre nós que vivem em meio à opulência aceitam como obrigação sua desenvolver um estilo de vida simples a fim de contribuir mais generosamente tanto para aliviar os necessitados como para a evangelização deles.

10. Evangelização e cultura

O desenvolvimento de estratégias para a evangelização mundial requer metodologia nova e criativa. Com a bênção de Deus, o resultado será o surgimento de igrejas profundamente enraizadas em Cristo e estreitamente relacionadas com a cultura local. A cultura deve sempre ser julgada e provada pelas Escrituras. Porque o homem é criatura de Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e em bondade; porque ele experimentou a queda, toda a sua cultura está manchada pelo pecado, e parte dela é demoníaca. O evangelho não pressupõe a superioridade de uma cultura sobre a outra, mas avalia todas elas segundo o seu próprio critério de verdade e justiça, e insiste na aceitação de valores morais absolutos, em todas as culturas. As missões, muitas vezes têm exportado, juntamente com o evangelho, uma cultura estranha, e as igrejas, por vezes, têm ficado submissas aos ditames de uma determinada cultura, em vez de às Escrituras. Os evangelistas de Cristo têm de, humildemente, procurar esvaziar-se de tudo, exceto de sua autenticidade pessoal, a fim de se tornarem servos dos outros, e as igrejas têm de procurar transformar e enriquecer a cultura; tudo para a glória de Deus.

11. Educação e liderança

Confessamos que às vezes temos nos empenhado em conseguir o crescimento numérico da igreja em detrimento do espiritual, divorciando a evangelização da edificação dos crentes. Também reconhecemos que algumas de nossas missões têm sido muito remissas em treinar e incentivar líderes nacionais a assumirem suas justas responsabilidades. Contudo, apoiamos integralmente os princípios que regem a formação de uma igreja de fato nacional, e ardentemente desejamos que toda a igreja tenha líderes nacionais que manifestem um estilo cristão de liderança não em termos de domínio, mas de serviço. Reconhecemos que há uma grande necessidade de desenvolver a educação teológica, especialmente para líderes eclesiáticos. Em toda nação e em toda cultura deve haver um eficiente programa de treinamento para pastores e leigos em doutrina, em discipulado, em evangelização, em edificação e em serviço. Este treinamento não deve depender de uma metodologia estereotipada, mas deve se desenvolver a partir de iniciativas locais criativas, de acordo com os padrões bíblicos.

12. Conflito espiritual

Cremos que estamos empenhados num permanente conflito espiritual com os principados e postestades do mal, que querem destruir a igreja e frustrar sua tarefa de evangelização mundial. Sabemos da necessidade de nos revestirmos da armadura de Deus e combater esta batalha com as armas espirituais da verdade e da oração. Pois percebemos a atividade no nosso inimigo, não somente nas falsas ideologias fora da igreja, mas também dentro dela em falsos evangelhos que torcem as Escrituras e colocam o homem no lugar de Deus. Precisamos tanto de vigilância como de discernimento para salvaguardar o evangelho bíblico. Reconhecemos que nós mesmos não somos imunes ao perigo de capitularmos ao secularismo. Por exemplo, embora tendo à nossa disposição pesquisas bem preparadas, valiosas, sobre o crescimento da igreja, tanto no sentido numérico como espiritual, às vezes não as temos utilizado. Por outro lado, por vezes tem acontecido que, na ânsia de conseguir resultados para o evangelho, temos comprometido a nossa mensagem, temos manipulado os nossos ouvintes com técnicas de pressão, e temos estado excessivamente preocupados com as estatísticas, e até mesmo utilizando-as de forma desonesta. A igreja tem que estar no mundo; o mundo não tem que estar na igreja.

13. Liberdade e perseguição

É dever de toda nação, dever que foi estabelecido por Deus, assegurar condições de paz, de justiça e de liberdade em que a igreja possa obedecer a Deus, servir a Cristo Senhor e pregar o evangelho sem impedimentos. Portanto, oramos pelos líderes das nações e com eles instamos para que garantam a liberdade de pensamento e de consciência, e a liberdade de praticar e propagar a religião, de acordo com a vontade de Deus, e com o que vem expresso na Declaração Universal do Direitos Humanos. Também expressamos nossa profunda preocupação com todos os que foram injustamente encarcerados, especialmente com nossos irmãos que estão sofrendo por causa do seu testemunho do Senhor Jesus. Prometemos orar e trabalhar pela libertação deles. Ao mesmo tempo, recusamo-nos a ser intimidados por sua situação. Com a ajuda de Deus, nós também procuraremos nos opor a toda injustiça e permanecer fiéis ao evangelho, seja a que custo for. Não nos esqueçamos de que Jesus nos previniu de que a perseguição é inevitável.

14. O poder do Espírito Santo

Cremos no poder do Espírito Santo. O pai enviou o seu Espírito para dar testemunho do seu Filho. Sem o testemunho dele o nosso seria em vão. Convicção de pecado, fé em Cristo, novo nascimento cristão, é tudo obra dele. De mais a mais, o Espírito Santo é um Espírito missionário, de maneira que a evangelização deve surgir espontaneamente numa igreja cheia do Espírito. A igreja que não é missionária contradiz a si mesma e debela o Espírito. A evangelização mundial só se tornará realidade quando o Espírito renovar a igreja na verdade, na sabedoria, na fé, na santidade, no amor e no poder. Portanto, instamos com todos os cristãos para que orem pedindo pela visita do soberano Espírito de Deus, a fim de que o seu fruto todo apareça em todo o seu povo, e que todos os seus dons enriqueçam o corpo de Cristo. Só então a igreja inteira se tornará um instrumento adequado em Suas mãos, para que toda a terra ouça a Sua voz.

15. O retorno de Cristo

Cremos que Jesus Cristo voltará pessoal e visivelmente, em poder e glória, para consumar a salvação e o juízo. Esta promessa de sua vinda é um estímulo ainda maior à evangelização, pois lembramo-nos de que ele disse que o evangelho deve ser primeiramente pregado a todas as nações. Acreditamos que o período que vai desde a ascensão de Cristo até o seu retorno será preenchido com a missão do povo de Deus, que não pode parar esta obra antes do Fim. Também nos lembramos da sua advertência de que falsos cristos e falsos profetas apareceriam como precursores do Anticristo. Portanto, rejeitamos como sendo apenas um sonho da vaidade humana a idéia de que o homem possa algum dia construir uma utopia na terra. A nossa confiança cristã é a de que Deus aperfeiçoará o seu reino, e aguardamos ansiosamente esse dia, e o novo céu e a nova terra em que a justiça habitará e Deus reinará para sempre. Enquanto isso, rededicamo-nos ao serviço de Cristo e dos homens em alegre submissão à sua autoridade sobre a totalidade de nossas vidas.

Conclusão

Portanto, à luz desta nossa fé e resolução, firmamos um pacto solene com Deus, bem como uns com os outros, de orar, planejar e trabalhar juntos pela evangelização de todo o mundo. Instamos com outros para que se juntem a nós. Que Deus nos ajude por sua graça e para a sua glória a sermos fiéis a este Pacto! Amém. Aleluia!

Lausanne, Suíça, 1974

terça-feira, 2 de março de 2010

Morte dos Apóstolos – Parte 2

Martírio dos Apóstolos – Parte 2

Como morreu o apóstolo Tiago, filho de Zebedeu.


A Basílica de Santiago, na Espanha onde segundo a tradição católica estão os restos mortais do apóstolo Tiago.


“Tiago foi o primeiro dos Doze a sofrer a morte de mártir. O rei Herodes Agripa I ordenou que Tiago fosse executado ao fio da espada (Atos 12:2). A tradição diz que isto ocorreu no ano 44 d.C., quando Tiago ainda seria bem moço.
Dizem as lendas que Tiago foi o primeiro missionário cristão na Espanha. As autoridades católicas romanas crêem que seus ossos estão sepultados na cidade de Santiago, ao noroeste da Espanha.” (1).

“Esse martírio aconteceu antes de se completar dez anos da morte de Estevão. Tão logo foi designado governador da Judéia, Herodes Agripa, com o propósito de se reconciliar com os judeus, suscitou intensa perseguição aos cristãos. No intuito de um golpe eficaz, lançou-se contra os seus dirigentes.
Não podemos deixar de mencionar o relato de um eminente escritor primitivo, Clemente de Alexandria. Conta-nos ele que, quando Tiago era conduzido ao lugar de seu martírio, seu acusador foi levado ao arrependimento e, caindo-lhe aos pés, pediu perdão e confessou-se cristão, decidindo ainda que o apóstolo não receberia sozinho a coroa do martírio. Juntos, foram decapitados. Assim, Tiago, o primeiro mártir apostólico, recebeu, decidido e bem disposto, aquele cálice que, afirmara ele ao nosso Salvador, estava pronto a beber. Esses acontecimentos ocorreram em 44.d.C.” (2).


Como morreu o apóstolo João, filho de Zebedeu.

Ilha de Patmos, onde João esteve exilado e escreveu o Apocalipse.

“Diz a tradição que João cuidou da mãe de Jesus enquanto pastoreou a igreja de Éfeso, e que ela morreu ali. Tertuliano diz que João foi levado para Roma e ‘lançado em óleo fervente, saiu ileso, e então foi exilado numa ilha’. Esta era, provavelmente a ilha de Patmos, onde João escreveu Apocalipse. Acredita-se que ele viveu até avançada idade, e seu corpo foi devolvido a Éfeso para sepultamento.” (1).

“O ‘discípulo amado’ era irmão de Tiago, o Maior. As igrejas de Esmirna, Pérgamo, Sardes, Filadélfia, Laodicéia e Tiatira foram fundadas por Ele. Enviado de Éfeso a Roma, conta-se que foi jogado num caldeirão de óleo fervente, de onde, escapou milagrosamente, sem dano algum. Domiciano exilou-o na ilha de Patmos, onde escreveu o livro de Apocalipse. Nerva, o sucessor de Domiciano, libertou-o. Dentre todos os apóstolos, foi o único a ter morte natural.” (2).


Estátua do imperador romano Domiciano, em cujo governo João foi exilado na ilha de Patmos.

Como morreu o apóstolo Judas Tadeu.

O historiador Eusébio diz que Jesus uma vez enviou esse discípulo ao Rei Abgar da Mesopotâmia a fim de orar pela sua cura. Segundo essa história, Judas foi a Abgar depois da ascensão de Jesus, e permaneceu para pregar em várias cidades da mesopotâmia. Diz outra tradição que esse discípulo foi assassinado por mágicos na cidade de Suanir, na Pérsia. Diz-se que o mataram a pauladas e pedradas. (1).



(1) PACKER, James. TENNEY, Merrill. WHITE, William. O Mundo do Novo Testamento. Editora Vida. 2001. São Paulo, Brasil.


(2) FOX, John. O livro dos Mártires. Editora CPAD. 2001. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.